Imitação e Celebração
*acima, músicos mascarados e comediantes representam, num pormenor do manuscrito do Roman de Fauvel.
* Uma evocação de O Sonho de Uma Noite de Verão por J. H. Fussili. Neste pormenor, uma Titânia apaixonada abraça Botton, apesar da sua cabeça de burro.
* Uma cena de Mãe Coragem e seus Filhos de Bertold Brecht.
O Nascimento do teatro grego.
A história do teatro é a história da humanidade, porque, na sua essência, este conjunto de manifestações humanas a que os antigos gregos deram o nome de teatro não pertence unicamente a uma raça, época ou cultura. é, antes, uma forma de linguagem por meio da qual o perigoso mundo dos fenômenos é imitado e celebrado sem problemas. Este ato, que surge no verdadeiro centro do ritual, é comum a todos os homens - embora em variados graus - desde que existe o homem. O feiticeiro imitando o veado - na cena pintada na parede de uma gruta - e o ator da Broadway imitando Sir Winston Churchill na cena fotografada para um programa recente - tem um laço comum apesar dos vinte mil anos que os separam.
* Francesco Giorgio, artista e arquiteto de Siena e gênio versátil conhecido pelas suas construções militares, contribuiu também com várias estruturas civis para a sua cidade natal, entre elas a catedral de siena. O esboço de Giorgio de um teatro tipico do século XV revela a persistente influência das formas romanas nos arquitetos do príncipio do Renascimento.
*acima, músicos mascarados e comediantes representam, num pormenor do manuscrito do Roman de Fauvel.
* Uma evocação de O Sonho de Uma Noite de Verão por J. H. Fussili. Neste pormenor, uma Titânia apaixonada abraça Botton, apesar da sua cabeça de burro.
* Uma cena de Mãe Coragem e seus Filhos de Bertold Brecht.
Uma análise histórica do teatro constaria necessariamente de muitos volumes e exigiria longas dissertações de perítos numa dúzia de matérias, entre elas literatura, história, arqueologia, psicologia, sociologia, antropologia e religião. assim, nosso objetivo é dar uma visão do mundo do teatro através das imagens que contam a sua história, mostrando de forma propositadamente rudimentar, como o teatro, um dos indices mais sensíveis do desenvolvimento humano, muda constantemente de forma, cai em declínio e torna a descobrir suas origens.
* O repertório do teatro clássico ocidental é refrescado por cada nova geração de diretores e encenadores. (acima) Uma das peças favoritas de shakespeare O Sonho de Uma Noite de Verão, foi tratada de maneira desnorteante - embora obedecendo fielmente ao texto - pela Royal Shakespeare Company de Peter Brook no princípio dos anos 70.
O Nascimento do teatro grego.
Rindo, chorando, vibrando de entusiasmo ou sofrendo o impacto do terror, os cidadãos compriram-se na praça do velho mercado de atenas, a mais importante cidade estado da grécia no século VI a.C contra a vontade de sólon, tirano e legislador eficaz mas nem sempre dedicado às sutilezas da sensibilidade, o povo preferiu acreditar em cada gesto de Téspis - um homem estranho, que ousava imitar os deuses e os homens.- Grossa túnica nos ombros e tosca máscara sobre o rosto, Téspis desceu solene e grave os degraus do altar que improvisara sobre uma carroça. e sem esperar que os circundantes se refizessem do inesperado, afirmou: "Eu sou Dioniso". Foi um sacrílego e surpreendente momento das festas que a tradição reservava ao deus da alegria; foi também o instante em que, pela primeira vez, um obscuro e arrogante grego se fez aceitar como deus de carne e osso pelos atenienses do mercado. E foi o começo de uma aventura espiritual que atravessaria os séculos, mesclando - à imagem do próprio homem - verdade e fantasia, riso e lágrimas: o nascimento do teatro.
- Pouco teriam adiantado as ordens oficiais proibindo o desempenho de Téspis e relacionando seu histrionísmo à impostura. Intuitivamente, Téspis conquistara um público, enquanto Sólon perdera uma excelente oportunidade de se mostrar simpático aos cidadãos. Isso seria privilégio de outros tiranos; dispostos a organizar concursos e a premiar quem melhor falasse a sua linguagem e distraísse a multidão.
* O Grande espetáculo da tragédia grega: Os atores, as túnicas, o coro e a poesia.
* Duas representações de uma mesma tragédia: A Medéia de Euripedes, gravada num vaso grego, e a encenação da Comédie-Française.
* Quando este ator vestido com uma malha de pele, que se vê na ilustração do manuscrito medieval pintada por Renaud de Montauban, puser a máscara com chifres, está pronto para desempenhar o papel de Diabo num mistério.
* A ilustração no vaso acima, mostra o nascimento de Dioniso, deus da embriaguez e da paixão, principal inspirador da tragédia grega.
* Duas representações de uma mesma tragédia: A Medéia de Euripedes, gravada num vaso grego, e a encenação da Comédie-Française.
* Às danças do ritual dionisíaco juntaram-se os trejeitos e as piruetas dos histriões ambulantes. O resultado foi a comédia primitiva, sensual e lasciva.
* Quando este ator vestido com uma malha de pele, que se vê na ilustração do manuscrito medieval pintada por Renaud de Montauban, puser a máscara com chifres, está pronto para desempenhar o papel de Diabo num mistério.
* Com a ideologia do século de ouro espanhol, a figura do rei entrou em cena como supremo juiz. (acima Gianfrancesco Guarnieri em O Melhor Juiz, o Rei., de Lope de Vega, encenada pelo Teatro de Arena de São Paulo.
* A comédia dell'arte vulgarizou a trama, as intrigas e as situações, aproveitando máscaras e trajes carnavalescos e os grandes recursos da pantomima popular. Permitindo ao ator os ilimitados recursos da improvisação, o gênero fez do intérprete o mais importante elemento do espetáculo teatral. O reinado absoluto do ator confundiu-se com a comédia dell'arte.
* O Renascimento viu ressurgir o interesse pelos autores clássicos gregos e latinos. Desse período é A Mandrágora, de Nicolau Maquiavel.
* Carlo Goldoni, o autor de mirandolina (na foto), inpirou-se na comédia dell'arte para escrever suas principais peças de costume.
* A comédia dell'arte vulgarizou a trama, as intrigas e as situações, aproveitando máscaras e trajes carnavalescos e os grandes recursos da pantomima popular. Permitindo ao ator os ilimitados recursos da improvisação, o gênero fez do intérprete o mais importante elemento do espetáculo teatral. O reinado absoluto do ator confundiu-se com a comédia dell'arte.
A partir dos últimos anos do século XIX, o trabalho dos encenadores passou a dominar completamente a cena, influindo muito mais que a obra dos dramaturgos na evolução do fenômeno teatral. Imprimindo seu estilo pessoal ao espetáculo, os diretores acabaram reinventando o teatro:
* Arrabal lançou as bases do Teatro Pânico em peças como O Arquiteto e o Imperador da Assíria e Cemitério de Automóveis (acima).
* Procurando reinventar um mundo de magia e desnudar a realidade, o teatro moderno tenta reencontrar o aspecto ritualistico de sua origem. A cena acima é do Teatro-Laboratório-Wroclaw. Influenciado por Artaud, Jerzy Grotovski, propôs o Teatro Pobre, sustentado nas relações ator-espectador.
BIBLIOGRAFIA:
_________________________
_________________________
- MUNDO DA CULTURA - TEATRO - JACQUES BURDICK - TRADUÇÃO PORTUGUESA E ORGANIZAÇÃO DA ANTOLOGIA RICARDO ALBERTY - EDITORA VERBO - LISBOA * SÃO PAULO.
_________________________
- TEATRO VIVO - INTRODUÇÃO E HISTÓRIA - ABRIL CULTURAL .
Comentários
Postar um comentário