Pular para o conteúdo principal
CLOWNSTROFOBIA; 1998


Foi com a peça "Clownstrofobia" inspirada nos livros: "Zero", "Não Verás País Nenhum" e "Cadeiras Proibidas", todos de Ignácio de Loyola Brandão, que surge o Grupo Trupicão Cia. de Teatro no cenário goiano, mais precisamente, no dia 27 de Novembro de 1998 durante a I Zabriskie Mostra o Teatro. De cara, ainda em seu primeiro espetáculo, o Grupo Trupicão era apontado como um dos melhores grupos de teatro residentes no estado de Goiás. O Grupo surgia com uma estética bastante apurada, uma encenação ímpar, definindo uma linguagem própria e diferenciada; qualidades estas que acompanham O Grupo Trupicão Cia. de Teatro, até os dias atuais.

Poética do Absurdo

Clownstrofobia; iniciava com um homem sentado em um banco de praça, tomando um refrigerante. despreocupadamente, o personagem observava a cidade e as outras pessoas. iniciava-se então um desfile de figuras estranhas em cenas absurdas, divididas em quadros distintos em que o elemento de união era o observador da lata de refrigerante.


Palhaços Perdidos No Caos (Riso ou Estranhamento?).

Apesar de se utilizar do Clown e provocando muitos risos, "Clownstrofobia", não se tratava de uma comédia, o espetáculo retratava a vida conturbada do homem contemporâneo, mesclando questões filosofico-existênciais com autocrítica. Ao espectador era sugerido um olhar em torno de si mesmo para que sua posição na vida social contemporânea fosse por ele mesmo analisada. Os quadros do espetáculo retratavam as várias situações a que se submete o cidadão de uma grande cidade que a todo momento se sujeita à condição de palhaço, sem o direito de escolher ou questionar, idiotizado pelos absurdos gerados pelo dia a dia. Daí o nome da peça; "Clown" em inglês significa palhaço e "Fobia"; do latim; medo.























Fotos: Luiz Eduardo Carneiro.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Vocabulário Básico de Teatro:

1) Ação (1): tudo que acontece numa peça de teatro, tudo o que fazem os personagens. 2) Ação (2): manifestação de uma causa. Movimento. Batalha. Feito. É a exposição animada do discurso. Ato. Desempenhar papéis. Desenvolver ações. 3) Ação exterior: pose ou gesto do ator visível para o espectador. 4) Ação interior: o ato de sentir (do ator) é uma ação interior. 5) Acessórios: complemento do figurino. 6) Ademanes: movimentos (principalmente das mãos.). Para exprimir idéias acenos, gestos, sinais, trejeitos. Gestos afetados, amaneirados. 7) Alegorias: exposição de um pensamento sob forma figurada. Ficção que representa uma coisa para dar idéia de outra. 8) Antagonista: personagem que se opõe à ação da personagem protagonista. 9) Aparte: comentário feito por um personagem, supostamente não ouvido pelos demais que estão em cena. O aparte pode ser dado diretamente à platéia ou na forma de uma fala do personagem para si mesmo. 10) Arena: área central, coberta de areia nos antigos circos roma

Os projetos sociais nascem do desejo de mudar uma realidade.

projetos são pontes entre o desejo e a realidade. São ações estruturadas e intencionais, de um grupo ou organização social, que partem da reflexão e do diagnóstico sobre uma determinada problemática e buscam contribuir, em alguma medida, para “um outro mundo possível”. Uma boa definição é formulada por Domingos Armani: “Um projeto é uma ação social planejada, estruturada em objetivos, resultados e atividades, baseados em uma quantidade limitada de recursos (...) e de tempo” (Armani, 2000:18). Os projetos sociais tornam-se, assim, espaços permanentes de negociação entre nossas utopias pessoais e coletivas – o desejo de mudar as coisas –, e as possibilidades concretas que temos para realizar estas mudanças – a realidade. A elaboração de um projeto implica em diagnosticar uma realidade social, identificar contextos sócio-históricos, compreender relações institucionais, grupais e comunitárias e, finalmente, planejar uma intervenção, considerando os limites e as oportunidades para a transfo

O Teatro de Eugenio Barba

VISÃO ANTROPOLÓGICA 1. Premissas Desde cedo, Eugenio Barba, aprendeu a observar com acuidade. O andar, o movimento das mão, maneiras de olhar, etc. Esta faculdade surgiu, nos diz, por ser basicamente um estrangeiro, na vida e na arte. Na vida, pois como Italiano de origem, veio ainda cedo, 17 anos, a emigrar para a Noruega, e sua dificuldade com a língua e os costumes, levaram-no a desenvolver a habilidade de entender sem o recurso das palavras, o que as pessoas que o circundavam sentiam: repulsa, amor amizade, compaixão... Ele é um estrangeiro na arte, porque como veremos, preservou este distanciamento que a vida o conduziu, em seu ofício, o teatro. O avalia com olhos que o distanciam do olhar tradicional. Postulamos, e ao longo de nossa análise tentaremos demonstrar, que este viés empírico, o infortúnio da saída de sua terra natal, Itália, aliada a procura existencial ( o quem sou Eu ?) define seu trabalho e suas idéias.Outra vantagem, é que esta baliza, questão existencial, nos ser