Festival
Liberdade criativa
3ª edição do Festival Nacional de Teatro de Goiânia abrange 19 espetáculos, que serão apresentados em sete dias das mostras competitiva, paralela e Curta Mix
Sebastião Vilela Abreu16 de julho de 2011 (sábado)
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LayzaVasconcelos
A Porca Faz Anos: comédia da Cia. Haribô, do DF, está na competição
LayzaVasconcelos
Boneco de Cor: espetáculo é o único goiano entre os concorrentes
Em sua terceira edição, o Festival Nacional de Teatro de Goiânia, que começa amanhã e se estende até o dia 24, traz algumas novidades. A principal delas é, justamente, o período de sua realização. Pela primeira vez, a maratona das artes cênicas ocorre no período de férias escolares. "É uma opção de lazer que estamos sedimentando no calendário cultural de Goiânia ", garante João Bosco Amaral, coordenador artístico do evento e diretor da Companhia Oops!, que assina a organização do encontro.
Na lista da mostra competitiva (veja quadro nesta página) , estão presentes grupos goianos e de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Brasília e Rio de Janeiro. Depois das apresentações das peças, serão realizados debates. "Os propósitos do festival são claros: promoção do intercâmbio entre grupos e artistas de todo o País, a formação do público e a aproximação do artista com a plateia", esclarece João Bosco, que ainda afiança: "Vamos trazer à cena o melhor do teatro alternativo do Brasil." Além da mostra competitiva, o festival conta com uma mostra paralela, composta por artistas convidados, e a segunda versão da Curta Mix. Os destaques dessa vertente são cenas, esquetes e performances que vão ser encenados na Casa das Artes.
Já na abertura da mostra paralela, também no domingo, às 20 horas, no Teatro Goiânia Ouro, o grande astro é o ator paulista Luis Louis, mestre da mímica contemporânea brasileira. O ano de 2011 tem sido produtivo para Luis Louis. Ele recebeu o Prêmio Myriam Muniz, prepara a terceira edição do Festival Manifesto da Mímica Total, programado para novembro em São Paulo, e comemora 20 anos de carreira. "Somando a tudo isso, o mais importante: o público está cada vez mais envolvido pela mímica", esclarece.
O trabalho de Luis Louis, no entanto, difere da tradicional imagem do mímico, aquela cara com rosto pintado de branco, quase sempre usando um chapado figurino preto e mudo. "Esse é um gênero da mímica, a pantomima, a clássica", teoriza.
A atuação de Luis Louis se caracteriza pela arte da corporização da vida, que integra corpo, texto e fala. "A base é sempre o corpo, sempre. Nunca começo o processo de criação pelo texto, mas isso não impossibilita a introdução de falas", completa.
O voo inovador de Luis Louis na mímica lhe rendeu convite para atuar nos bastidores da TV. O chamado partiu do diretor Luiz Fernando Carvalho. Luis Louis fez trabalho de preparação corporal com os atores da minissérie Hoje É Dia de Maria .
Ele treinou, entre outros, Stênio Garcia, Letícia Sabatella e Rodrigo Santoro, que se expressaram através de gestos, do corpo. "Foi uma experiência teatral prazerosa, embora tenha sido feita para a TV", enfatiza.
Efervescência
Coordenador artístico do festival, João Bosco acredita que o 3º Festival Nacional de Teatro de Goiânia ganha cada vez mais força e visibilidade. "Goiânia, gradativamente, se torna um centro para receber grupos teatrais brasileiros, porém, estava carente da democratização dos espaços. O festival preenche essa lacuna", acredita.
O diretor do Grupo Trupicão, Sandro de Freitas - que apresenta a peça Dois Patetas Espatifados na mostra paralela, quarta-feira, às 1 9 horas, na Casa das Artes -, concorda com a ideia de João Bosco de que Goiânia vive um momento especial para as das artes cênicas. "Ouso dizer que existe uma efervescência teatral no ar. As pessoas começam a participar da cultura do teatro", envaidece Sandro.
Ao buscar a raiz desse boom teatral, os dois diferem em pequenos pontos. Enquanto João Bosco afirma que o surgimento do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás "mudou e muda, aos poucos, a mentalidade" em relação ao teatro, Sandro é mais enfático: "A medida em que o teatro passa a ser tratado como profissão, as exigências aumentam, o tratamento passa a ser outro."
O simples fato de o festival conferir prêmios, agora seguindo o raciocínio do também ator Sandro, melhora ainda mais a qualidade dos espetáculos. Sandro parte do mesmo princípio da criação do curso de Artes Cênicas da UFG. "Se tem prêmio, alguém vai se esforçar para ganhar e, naturalmente, a qualidade do espetáculo melhora."
Para evidenciar ainda mais a festa, a produtividade e a efervescência do teatro alternativo, não somente o goiano, mas o nacional, João Bosco salienta que o festival cresceu em qualidade e quantidade. "São 19 espetáculos que atendem o público adulto e infantil."
Sandro de Freitas, que integra ainda o corpo de jurados, assinala o caminho que o 3º Festival Nacional de Teatro de Goiânia deve trilhar: o da experimentação. "Mostras, festivais andam juntos com a liberdade criativa", classifica.
Mostra competitiva
Na lista da mostra competitiva (veja quadro nesta página) , estão presentes grupos goianos e de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Brasília e Rio de Janeiro. Depois das apresentações das peças, serão realizados debates. "Os propósitos do festival são claros: promoção do intercâmbio entre grupos e artistas de todo o País, a formação do público e a aproximação do artista com a plateia", esclarece João Bosco, que ainda afiança: "Vamos trazer à cena o melhor do teatro alternativo do Brasil." Além da mostra competitiva, o festival conta com uma mostra paralela, composta por artistas convidados, e a segunda versão da Curta Mix. Os destaques dessa vertente são cenas, esquetes e performances que vão ser encenados na Casa das Artes.
Já na abertura da mostra paralela, também no domingo, às 20 horas, no Teatro Goiânia Ouro, o grande astro é o ator paulista Luis Louis, mestre da mímica contemporânea brasileira. O ano de 2011 tem sido produtivo para Luis Louis. Ele recebeu o Prêmio Myriam Muniz, prepara a terceira edição do Festival Manifesto da Mímica Total, programado para novembro em São Paulo, e comemora 20 anos de carreira. "Somando a tudo isso, o mais importante: o público está cada vez mais envolvido pela mímica", esclarece.
O trabalho de Luis Louis, no entanto, difere da tradicional imagem do mímico, aquela cara com rosto pintado de branco, quase sempre usando um chapado figurino preto e mudo. "Esse é um gênero da mímica, a pantomima, a clássica", teoriza.
A atuação de Luis Louis se caracteriza pela arte da corporização da vida, que integra corpo, texto e fala. "A base é sempre o corpo, sempre. Nunca começo o processo de criação pelo texto, mas isso não impossibilita a introdução de falas", completa.
O voo inovador de Luis Louis na mímica lhe rendeu convite para atuar nos bastidores da TV. O chamado partiu do diretor Luiz Fernando Carvalho. Luis Louis fez trabalho de preparação corporal com os atores da minissérie Hoje É Dia de Maria .
Ele treinou, entre outros, Stênio Garcia, Letícia Sabatella e Rodrigo Santoro, que se expressaram através de gestos, do corpo. "Foi uma experiência teatral prazerosa, embora tenha sido feita para a TV", enfatiza.
Efervescência
Coordenador artístico do festival, João Bosco acredita que o 3º Festival Nacional de Teatro de Goiânia ganha cada vez mais força e visibilidade. "Goiânia, gradativamente, se torna um centro para receber grupos teatrais brasileiros, porém, estava carente da democratização dos espaços. O festival preenche essa lacuna", acredita.
O diretor do Grupo Trupicão, Sandro de Freitas - que apresenta a peça Dois Patetas Espatifados na mostra paralela, quarta-feira, às 1 9 horas, na Casa das Artes -, concorda com a ideia de João Bosco de que Goiânia vive um momento especial para as das artes cênicas. "Ouso dizer que existe uma efervescência teatral no ar. As pessoas começam a participar da cultura do teatro", envaidece Sandro.
Ao buscar a raiz desse boom teatral, os dois diferem em pequenos pontos. Enquanto João Bosco afirma que o surgimento do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás "mudou e muda, aos poucos, a mentalidade" em relação ao teatro, Sandro é mais enfático: "A medida em que o teatro passa a ser tratado como profissão, as exigências aumentam, o tratamento passa a ser outro."
O simples fato de o festival conferir prêmios, agora seguindo o raciocínio do também ator Sandro, melhora ainda mais a qualidade dos espetáculos. Sandro parte do mesmo princípio da criação do curso de Artes Cênicas da UFG. "Se tem prêmio, alguém vai se esforçar para ganhar e, naturalmente, a qualidade do espetáculo melhora."
Para evidenciar ainda mais a festa, a produtividade e a efervescência do teatro alternativo, não somente o goiano, mas o nacional, João Bosco salienta que o festival cresceu em qualidade e quantidade. "São 19 espetáculos que atendem o público adulto e infantil."
Sandro de Freitas, que integra ainda o corpo de jurados, assinala o caminho que o 3º Festival Nacional de Teatro de Goiânia deve trilhar: o da experimentação. "Mostras, festivais andam juntos com a liberdade criativa", classifica.
Mostra competitiva
Confira os destaques da mostra competitiva do 3º Festival Nacional de Teatro de Goiânia
A Porca Faz Anos:O Espetáculo da Política
Dia 18, segunda-feira, às 20 horas, Teatro Goiânia Ouro
A Cia. Haribô é de Brasília e apresenta comédia musical baseada nos escândalos da corte
nacional. Mistura humor e crítica, aos bastidores políticos, ao som de Geraldo Vandré, Baden Powel, Renato Russo...
O Que Fazer com Que Kafka Fez com a Gente: O Imaginário de um Grande Autor
Dia 19, terça-feira, às 21 horas, Teatro Goiânia Ouro
Drama encenado pela Black Berries Wilted Company, de São José do Rio Preto. O espetáculo transforma o escritor checo Franz Kafka (1883-1924) em um personagem, um jovem ator, vivido pelo rio-pretense Gerrah Tenfuss. A direção é de Carolina Alvim e a peça parte de um conto extraído do livro Cyber Senzala, de Jair Ferreira.
O Pregador, o Charlatão e a Virgem Viúva: do Século 15 para o 21.
Dia 20, quarta-feira, às 21 horas, Teatro Goiânia Ouro
A farsa é o gênero que o grupo paranaense Os Falsários
se vale para relatar a divertida e curiosa história de Jaciara, uma mulher aprisionada que será libertada por um falso padre e um falso curandeiro.
Fim de Partida: Beckett na Cena Goianiense
Dia 21, quinta-feira, às 21 horas, Teatro Goiânia Ouro
Outro drama. O grupo Teatro Por Que Não? apresenta a montagem da peça Fim de Partida, do consagrado dramaturgo Samuel Beckett (1906-1989). O texto do irlandês destaca homens que, divorciados de suas raízes
religiosas, metafísicas e transcendentais, estão perdidos, o que torna suas ações sem sentido, absurdas, inúteis. O grupo é de Santa Maria, no Rio Grande Sul.
O Encontro das Águas: Entre Dois
Dia 22, sexta-feira, às 21 horas, Teatro Cici Pinheiro
Baseada na peça de Sérgio Roveri. Drama sobre o acaso e seu inegável poder de provocar mudanças na vida das pessoas, sejam elas efêmeras ou, aparentemente, mais duradouras. A Cia. Teatral Vernáculo é de Salto, São Paulo.
As Mulheres da Rua 23: Mistério e Humor nos Palcos
Dia 23, sábado, às 21 horas, Teatro Goiânia Ouro
O humor do grupo carioca Cia deTeatro Autoral já é conhecido em diversos festivais teatrais. No palco, a dupla de atores Leo Campos e Leandro Bertholini, intérpretes de Catharina e Jovelina, duas amigas que, depois da morte dos maridos, se encontram às escondidas para falar sobre suas vidas.
Dia 18, segunda-feira, às 20 horas, Teatro Goiânia Ouro
A Cia. Haribô é de Brasília e apresenta comédia musical baseada nos escândalos da corte
nacional. Mistura humor e crítica, aos bastidores políticos, ao som de Geraldo Vandré, Baden Powel, Renato Russo...
O Que Fazer com Que Kafka Fez com a Gente: O Imaginário de um Grande Autor
Dia 19, terça-feira, às 21 horas, Teatro Goiânia Ouro
Drama encenado pela Black Berries Wilted Company, de São José do Rio Preto. O espetáculo transforma o escritor checo Franz Kafka (1883-1924) em um personagem, um jovem ator, vivido pelo rio-pretense Gerrah Tenfuss. A direção é de Carolina Alvim e a peça parte de um conto extraído do livro Cyber Senzala, de Jair Ferreira.
O Pregador, o Charlatão e a Virgem Viúva: do Século 15 para o 21.
Dia 20, quarta-feira, às 21 horas, Teatro Goiânia Ouro
A farsa é o gênero que o grupo paranaense Os Falsários
se vale para relatar a divertida e curiosa história de Jaciara, uma mulher aprisionada que será libertada por um falso padre e um falso curandeiro.
Fim de Partida: Beckett na Cena Goianiense
Dia 21, quinta-feira, às 21 horas, Teatro Goiânia Ouro
Outro drama. O grupo Teatro Por Que Não? apresenta a montagem da peça Fim de Partida, do consagrado dramaturgo Samuel Beckett (1906-1989). O texto do irlandês destaca homens que, divorciados de suas raízes
religiosas, metafísicas e transcendentais, estão perdidos, o que torna suas ações sem sentido, absurdas, inúteis. O grupo é de Santa Maria, no Rio Grande Sul.
O Encontro das Águas: Entre Dois
Dia 22, sexta-feira, às 21 horas, Teatro Cici Pinheiro
Baseada na peça de Sérgio Roveri. Drama sobre o acaso e seu inegável poder de provocar mudanças na vida das pessoas, sejam elas efêmeras ou, aparentemente, mais duradouras. A Cia. Teatral Vernáculo é de Salto, São Paulo.
As Mulheres da Rua 23: Mistério e Humor nos Palcos
Dia 23, sábado, às 21 horas, Teatro Goiânia Ouro
O humor do grupo carioca Cia deTeatro Autoral já é conhecido em diversos festivais teatrais. No palco, a dupla de atores Leo Campos e Leandro Bertholini, intérpretes de Catharina e Jovelina, duas amigas que, depois da morte dos maridos, se encontram às escondidas para falar sobre suas vidas.
O júri
O corpo de jurados do festival é formado por três nomes ligados ao teatro. Além dos tradicionais prêmios, eles terão autonomia para conferir o troféu especial do júri.
O corpo de jurados do festival é formado por três nomes ligados ao teatro. Além dos tradicionais prêmios, eles terão autonomia para conferir o troféu especial do júri.
GUIDO CAMPOS CORRÊA
Ator, diretor e professor de teatro
Ator, diretor e professor de teatro
GILSON P. BORGES
Crítico de teatro, fotógrafo, escritor e mestre em Literatura Brasileira pela Universidade do Novo México, Estados Unidos
Crítico de teatro, fotógrafo, escritor e mestre em Literatura Brasileira pela Universidade do Novo México, Estados Unidos
SANDRO FREITAS
Ator, diretor, professor e dramaturgo.
Ator, diretor, professor e dramaturgo.
ONDE O FESTIVAL SERÁ REALIZADO:
Teatro Goiânia Ouro
Rua 9 com Rua 3, Centro
Teatro Cici Pinheiro
Casa das Artes
Av. Anhanguera com
Rua R-1, Setor Oeste
Mais informações:
4141-0500/ 8406-0060
Rua 9 com Rua 3, Centro
Teatro Cici Pinheiro
Casa das Artes
Av. Anhanguera com
Rua R-1, Setor Oeste
Mais informações:
4141-0500/ 8406-0060
Categorias / premiação
Oficialmente, são 13 categorias que serão premiadas, mas esse número pode chegar a 15, caso os jurados concedam o prêmio especial. Em prêmios, o festival oferecerá R$ 20 mil.
Melhor Espetáculo
Prêmio de R$ 3 mil
2° Melhor Espetáculo – R$ 2 mil Diretor
Ator
Atriz
Ator coadjuvante
Atriz coadjuvante
Cenografia
Maquiagem
Figurino
Texto original
Iluminação
Trilha sonora
Melhor Espetáculo
Prêmio de R$ 3 mil
2° Melhor Espetáculo – R$ 2 mil Diretor
Ator
Atriz
Ator coadjuvante
Atriz coadjuvante
Cenografia
Maquiagem
Figurino
Texto original
Iluminação
Trilha sonora
PASSAPORTE:
O ingresso de cada espetáculo custa de R$ 5 (meia-entrada) e R$ 10 (inteira). Já o interessado em conferir toda a maratona teatral poderá adquirir uma espécie de passaporte no valor de R$ 85, que dá direito a todos os espetáculos. Tanto os ingressos e o passaporte poderão ser comprados nas bilheteria do Goiânia Ouro e da Casa das Artes. Vale reforçar que as plateias do festival vão conferir o prêmio especial de melhor espetáculo do júri popular.
Fonte:
http://www.opopular.com.br/cmlink/o-popular/editorias/magazine/liberdade-criativa-1.20203
Fonte:
http://www.opopular.com.br/cmlink/o-popular/editorias/magazine/liberdade-criativa-1.20203
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